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A Obrigação dos Planos de Saúde em Custearem a Cirurgia de Lipedema

  • Foto do escritor: jamillyguasti
    jamillyguasti
  • 29 de jan.
  • 2 min de leitura

O lipedema é uma condição crônica e progressiva que causa acúmulo anormal de gordura em determinadas regiões do corpo, principalmente nas pernas e nos braços, levando a dor, inchaço e dificuldades de locomoção. Apesar de ser frequentemente confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema tem características próprias e exige um tratamento específico.


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O Reconhecimento do Lipedema Como Doença

A comunidade médica já reconhece o lipedema como uma enfermidade que requer atenção especializada. O diagnóstico correto é essencial para evitar agravamentos e garantir o bem-estar do paciente. Entre os tratamentos indicados, a cirurgia de lipoaspiração tumescente ou a lipoaspiração de linfopreservação se destacam como opções eficazes para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.


A Obrigação dos Planos de Saúde

Muitos pacientes enfrentam dificuldades ao solicitar a cobertura da cirurgia pelos planos de saúde, sob a alegação de que se trata de um procedimento estético. No entanto, essa justificativa não se sustenta, pois a cirurgia para lipedema tem caráter funcional e terapêutico, aliviando dores e prevenindo complicações graves, como insuficiência linfática e dificuldades de mobilidade.


O artigo 196 da Constituição Federal determina que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, enquanto a Lei nº 9.656/1998, que regula os planos de saúde, estabelece que os tratamentos necessários para a saúde dos beneficiários devem ser custeados pelas operadoras. Além disso, decisões judiciais têm reforçado que a negativa de cobertura para procedimentos essenciais pode configurar prática abusiva, conforme o Código de Defesa do Consumidor.


Jurisprudência Favorável aos Pacientes

Diversos tribunais brasileiros têm reconhecido o direito dos pacientes com lipedema à cobertura da cirurgia pelos planos de saúde. Em várias decisões, os juízes têm entendido que a negativa da operadora é indevida, pois a cirurgia não é meramente estética, mas sim uma necessidade médica para garantir a saúde e qualidade de vida da paciente.


Como Proceder em Caso de Negativa?

Caso o plano de saúde negue a cobertura da cirurgia para tratamento do lipedema, é recomendável seguir alguns passos:

  1. Solicitar ao médico um relatório detalhado sobre a necessidade da cirurgia e os impactos da doença na qualidade de vida.

  2. Enviar a solicitação formal ao plano de saúde, com base na prescrição médica.

  3. Se houver negativa, pedir a justificativa por escrito.

  4. Recorrer aos órgãos de defesa do consumidor, como Procon e ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

  5. Buscar assessoria jurídica especializada para ingressar com uma ação judicial, se necessário.


Conclusão

A cirurgia para tratamento do lipedema não deve ser tratada como um procedimento estético, mas sim como uma necessidade médica essencial. Pacientes que enfrentam a negativa dos planos de saúde têm respaldo legal para exigir seus direitos. A assessoria jurídica especializada pode ser fundamental para garantir o acesso ao tratamento adequado e a preservação da saúde e bem-estar dos beneficiários.


Se você ou alguém que conhece está enfrentando esse problema, procure orientação jurídica para garantir que seus direitos sejam respeitados.

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